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Duas Caras

Abel de Jesus

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Não diga que eu não passo de um moleque
Que eu só vivo de pileque
No boteco da esquina
Se bebo talvez tenha algum motivo
Só não bebo o juízo
Isto nunca aconteceu

Não diga que eu sou peça perdida
Que no tabuleiro da vida
Eu não passo de peão
Mas veja, meu amor, que ironia:
Aquela que amei um dia
Me pagou com traição

Refrão...
Agora eu vou dizer na tua cara
O que toda a guanabara
Soubeantes que eu soubesse
Você me traiu e fugiu com aquele cara
E agora com que cara
Quer dizer-me o que fazer

Apresentei você lá na escola
Aos amigos que outrora
Batucavam uma canção
Larguei a minha vida de boêmio
E o que tive como prêmio
Foi a tua ingratidão

Na vida, aprendi desde moleque,
Um amor a gente esquece
Ou qualquer desilusâo
Até a quem tratamos de rainha
Que de forma tão mesquinha
Nos maltrata o coração

Refrão...
Agora eu vou dizer na tua cara
O que toda a guanabara
Soubeantes que eu soubesse
Você me traiu e fugiu com aquele cara
E agora com que cara
Quer dizer-me o que fazer

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