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Carro 235

Abel e Caim

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Passei um dia pela estação rodoviária
Aproveitando as minhas horas de folgadas
Sentei no banco para ler uma revista
Logo chegou uma garota delicada
Com muita pressa ele comprou uma passagem
Reconheci que era minha namorada
Tomou o carro duzentos e trinta e cinco
E foi sumindo na distancia da estrada.

A malandrinha fez que não me conheceu
Eu quis gritar mas minha voz não saiu
Sem compreender a razão de sua pressa
Naquele carro a tal garota sumiu
Fiquei chorando a minha cruel tristeza
Senti meu peito completamente vazio
Só em pensar que ela ia e não voltava
Meu coração quase que não resistiu.

Todas as vezes ao passar na rodoviária
Sinto o meu peito se encher todo de dor
Ao ver o carro encostar na plataforma
Eu acho triste o barulho do motor.
Pois o carro duzentos e trinta e cinco
Que hoje faz eu sofrer tanto amargor
Se ele voltou daquela triste viagem
Porém não trouxe a quem mais eu tenho amor.

A minha vida transformou-se de repente
Ficaram triste até as ruas da cidade
Não mais encontro na pracinha minha amada
Também fugiu a minha felicidade
Eu vou pedir um favor ao motorista
Que lê diga para mim toda verdade
O endereço da mulher que muito quero
Para que eu possa dar um fim nesta saudade.

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